“Por que tenho que acessar um site em que todo mundo tem cabelo liso
para comprar meus produtos de beleza?”. Essa foi a pergunta que Carolina
Lima, 27 anos, sócio-fundadora do site Prapreta, um e-commerce voltado totalmente para mulheres negras, fez quando pensava em abrir um negócio.
Ela apresentou essa ideia para sua amiga Alana Lourenço, 26 anos, que
já tinha identificado o comércio online como um mercado promissor.
Alana, então, se tornou sócia de Carolina. As duas se conheceram ainda
na graduação de Jornalismo, em 2008. E em 2011, decidiram montar o
negócio juntas.
O nicho foi definido a partir das necessidades de Carolina, que
vasculhava diversos e-commerces para encontrar produtos específicos para
a mulher negra. De junho de 2012 a janeiro de 2013, a dupla buscou
orientações gratuitas junto ao Sebrae-SP para estruturar o plano de
negócios. Com empréstimo do Banco do Povo Paulista (BPP) e economias
próprias, elas investiram cerca de R$ 15 mil para criar o site de
vendas.
No ar desde o final de julho deste ano, o site possui linhas completas
de produtos para cabelos crespos, cacheados, com megahair ou alisamento,
por preços que variam de R$ 17 a R$ 70. Os fornecedores próximos à
região da capital paulista facilitam para que o estoque seja reduzido.
Como nenhuma das duas jovens atuava na área de cosméticos e beleza, buscaram ajuda para entender os produtos: “Participamos de oficina dadas a cabeleireiros, dentro das marcas, para saber orientar a nossa consumidora”, afirma Carolina. Hoje, o site busca parcerias com blogueiras, brancas e negras, que testam e fazem avaliações de seus produtos.
Como nenhuma das duas jovens atuava na área de cosméticos e beleza, buscaram ajuda para entender os produtos: “Participamos de oficina dadas a cabeleireiros, dentro das marcas, para saber orientar a nossa consumidora”, afirma Carolina. Hoje, o site busca parcerias com blogueiras, brancas e negras, que testam e fazem avaliações de seus produtos.
Uma das estratégias usadas para chegar mais depressa ao público foi uma
atuação prévia nas redes sociais. Para isso, as jovens criaram uma
página de fãs da marca no Facebook em que divulgavam conteúdo
relacionado ao universo da mulher negra. Uma maneira que encontraram
para estar mais perto do público é ajudar as mulheres que estão na fase
de “transição’” dos seus cabelos – do liso artificial para crespo
natural.
“Até o cabelo ficar crespo de verdade é um processo de paciência que mexe muito com a autoestima. Metade do cabelo liso, metade do cabelo encaracolado é meio irritante, mas a gente mostra que sempre tem um jeitinho para arrumar”, afirma Carolina.
“Até o cabelo ficar crespo de verdade é um processo de paciência que mexe muito com a autoestima. Metade do cabelo liso, metade do cabelo encaracolado é meio irritante, mas a gente mostra que sempre tem um jeitinho para arrumar”, afirma Carolina.
Apesar de Carolina ser negra e Alana branca, durante todo o processo,
as sócias estiveram atentas e preocupadas com a identidade da mulher
negra com o Prapreta. Pensaram em cores e estampas e desenvolveram uma
identidade visual alinhada com o tema.
Carolina conta que “quando nos entregaram o site, na parte do Fale Conosco, tinha uma menina branca com um headset na cabeça. Pedimos para mudar e o rapaz afirmou que era um detalhe pequeno. De fato é pequeno, mas faz parte do projeto. Agora é uma moça negra”, diz Carolina.
Carolina conta que “quando nos entregaram o site, na parte do Fale Conosco, tinha uma menina branca com um headset na cabeça. Pedimos para mudar e o rapaz afirmou que era um detalhe pequeno. De fato é pequeno, mas faz parte do projeto. Agora é uma moça negra”, diz Carolina.
Além de toda linha capilar, o próximo passo da dupla é encontrar um
representante de maquiagem que atenda às consumidoras do site. O
obstáculo está em algumas marcas que não permitem a revenda pelo sistema
de e-commerce.
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Fonte: PEGN-G1 / Foto: Divulgação
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