Empreendedor só inova quando corre riscos. Esse foi o principal assunto
do evento realizado pelo Endeavor que discutiu a cultura, as
oportunidades e os riscos do empreendedorismo no Brasil, na Fundação
iFHC, em São Paulo. Os três palestrantes - Bento Koike, fundador da
Tecsis, Roberto Lotufo, professor da Unicamp, e Silvio Meira,
cientista-chefe Centro de Estudos e Sistemas Avançados de Recife –
reforçaram a importância da iniciativa das startups para melhorar a
competitividade do Brasil no cenário global.
Correr risco pode ser produtivo.
Isso porque o desafio
de fazer melhor ou começar algo que ainda não existe implica em criar
novas metodologias, que se forem boas podem ser replicadas. “Quando a
gente começou a fazer pás, esse era um produto novo, então a gente não
tinha mesmo de quem copiar, nosso maior incentivo para inovar era a
possibilidade real de a empresa morrer”, disse Koike, que precisou criar
um modo prático e seguro para exportar os produtos da Tecsis – método
que foi patenteado pela empresa fabricante de peças para usinas de
energia eólica.
Para enfrentar o desafio, é preciso ser criativo e persistente.
Koike conta que, para resolver muitos dos pontos chaves da empresa,
criou uma metodologia simples com seus sócios. “Cada um de nós tinha um
perfil diferente, a gente fazia brainstorm e, em seguida, um teste para
ver se funcionava. Isso virou um hábito de pensar em coisa nova. Hoje eu
descobri que isso tem um nome, chama-se design thinking”, disse
humoradamente.
Capital não é problema.
“O Brasil já faz parte da
agenda internacional de investimentos”, afirma Koike, que criou sua
empresa sem a ajuda de investidores e só sentiu essa necessidade após a
crise de 2008. “Eu acho que o grande fator de limitação para a inovação é
a gente pensar que não consegue fazer uma coisa melhor ou diferente”.
Quem copia uma ideia começa na contramão da inovação,
Afinal raramente será incentivado a testar um método novo quando já
existem outros que deram certo. “Se você olhar a quantidade de energia
investida em criar empresas que são cópias exatas do que está sendo
feito no resto do mundo, isso é um estrago. Tem que pensar no que os
outros não estão fazendo e trocar a nossa ótica”, disse Silvio Meira,
criticando a explosão de copycats no mercado brasileiro.
Fonte: G1-Fabiano Candido e Amanda Nogueira / Foto: Divulgação
0 Comentários
Comentem sobre as matérias e o seu comentário será postado.